O Futebol Clube do Porto deu um passo de gigante no apuramento para a fase de grupos da Liga Europa 2010/2011, ao vencer os belgas do Genk (na Bélgica) por três golos sem resposta.
Para além de ser de extrema importância a marcação de golos em casa do adversário, fê-lo por uma margem reconfortante, vencendo e sem sofrer qualquer golo.
Com novidades no onze inicial (a não presença de Hulk por razões pessoais e a inclusão surpreendente de Ukra) o FC Porto marcou o ritmo de jogo na primeira parte, controlando os sectores, ganhando o confronto directo, com firmeza no sector defensivo, embora sem velocidade e com falta de profundidade, nomeadamente com os extremos muito lentos e sem capacidade de projectar o jogo portista.
O Porto acabaria, de qualquer forma, por garantir a superioridade no jogo e no resultado (apesar de algumas dúvidas no penalti assinalado sobre Falcao).
A segunda parte não fazia prever um Porto adormecido, sem conseguir ligar os seus sectores na transição defesa-ataque, sem capacidade de pressão, com algumas dificuldades defensivas, dando o comando do jogo aos belgas que foram criando algumas oportunidades de golo. O meio-campo portista não funcionou, continuando as falhas de profundidade e velocidade do jogo. Muitos passes errados e muito espaço concedido ao Genk para jogar.
O momento do jogo acabaria por surgir aos 65 minutos na correcta expulsão do jogador belga Matoukou (vermelho directo) por entrada dura sobre João Moutinho.
Este facto acabaria por permitir que o Porto voltasse a comandar o ritmo e o jogo, dando maior capacidade ao seu meio-campo, permitindo criar oportunidades de golo que culminaram em dois excelentes golos de Souza (83′) e Belluschi (89′).
Apesar de praticamente garantida a passagem à fase seguinte da Liga Europa, o FCPorto continua a denotar alguma dificuldade em sair do seu tradicional 4x3x3 para outros sistemas já que o seu plantel encontra-se algo desequilibrado entre os seus sectores e nas soluções que apresenta muitas soluções para o centro do meio-campo, mas com dificuldades ao nível do ataque, dos extremos e do sector defensivo central.
E não me parece que o Porto tenha mecanizado alternativas tácticas ao seu sistema habitual. Não basta substituir as peças e delinear novas áreas de intervenção no jogo. É preciso criar mecanismos e estruturar os princípios do jogo em função dos novos esquemas.
Em termos colectivos, o FC Porto foi, na globalidade, uma equipa coesa e, acima de tudo, serena, tranquila.
(publicado no blogue de referência do futebol nacional: Futebol Portugal)
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