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Regresso ao "Debaixo dos Arcos"
Este espaço pretende apenas apresentar publicamente uma visão sobre o futebol (com outras modalidades à mistura), de forma desapaixonada, independentemente da(s) cor(es) clubística(s). Sem qualquer pretensão oficiosa ou oficial. E que conta com a preciosa colaboração da Mi Gonçalves.

terça-feira, 28 de junho de 2011

André Villas-Boas e a sua "cadeira de sonho"

Hoje, amanhã e sempre será visto, pela maior parte do mundo PORTISTA como um traidor, um Judas. Será aquele que preferiu os milhões de euros, ou libras, à sua tão afamada “cadeira de sonho”. Durante meses vendeu sonhos, ilusões, nunca vi a minha equipa jogar tão bem à bola como na última época, e à primeira oportunidade virou as costas a quem “lhe deu de comer”, ou será que, hoje, estaria na ribalta treinando a Académica?
Durante meses foi herói! A vitória no primeiro troféu da época frente ao Benfica, quando todos estávamos um pouco desconfiados depois de uma pré-época de sobressaltos, onde os outros goleavam e nós íamos perdendo jogos atrás de jogos, o dia 7 de Agosto de 2010 ficará para sempre marcado. Afinal derrotámos a “super-equipa”, a equipa que seria bicampeã nacional, que era candidata a ganhar a Champions. Foi lindo ver a união dos jogadores enquanto equipa, vê-los correr para junto do seu treinador, como que agradecendo algo. Durante o campeonato a equipa tornou-se histórica, 30 jogos, 27 vitórias e 3 empates (!!). Em dois jogos contra o maior rival obtivemos 2 vitórias, as duas históricas, 5-0 entre dois grandes, quer queiramos quer não, já não se usa, e ganhar o campeonato em pleno estádio da Luz (que logo se transformou em estádio “sem Luz”) foi das melhores sensações que tive em 18 anos de existência. Foi histórico, em todos os sentidos recuperar de uma desvantagem de 2-0 levada do Dragão para a Luz, num jogo épico, pode dizer-se.
Tudo fantástico, época de sonho, e agora deixou-nos em troco de um clube que teve Mourinho como treinador durante 4 anos e nem assim ganhou uma competição europeia, tudo porque se trata de um clube com muito dinheiro, compra jogadores aqui e ali, mas não consegue formar um plantel a que possamos chamar equipa. Sei que têm muitos milhões, mas será que vai ser feliz lá como foi no FC Porto? Segundo Deco, o Mágico, e Lucho, El Comandante, isso é impossível!
Uma última pergunta, se alguém que ama tanto o clube, que faz juras de amor como fez Villas-Boas, nos trai assim, como podemos nós criticar muitos dos jogadores estrangeiros? Estes nunca nos prometeram nada, apenas trabalho.
P.S.: Isto não é uma lamentação. No Dragão não há espaços para isso, não ficamos a chorar. Recebemos o novo vencedor de braços abertos, porque, gostem ou não, SOMOS PORTO! (Lembram-se?)

13 comentários:

Migas (miguel araújo) disse...

Bem vinda, "sócia". Um bom texto.
Venham muitos mais... Parabéns!

Mi Gonçalves disse...

Podem reclamar! Eu não mordo! ;)

Miguel Moreira disse...

Grande Mi, tens muito jeito para a coisa, parabéns! :))

Miguel Moreira disse...

Muito bem Mi, tens muito jeito para isto, gostei muito :)
PARABÉNS! :))

Quid disse...

Só para dizer duas coisinhas:

Para a grande, larga, extensa maioria dos adeptos portistas, AVB não traiu nada nem ninguém, bem pelo contrario. Ganhou tudo o tinha para ganhar e ainda nos deu um bónus de 15.000.000,00 de Euros !!!

Não sei onde foram buscar essa ideia de traição. Quem dera que para o ano, o Vitor Pereira também nos traisse assim, e daqui por 2 anos, o seu sucessor fizesse o mesmo. Quem dera. Era sinal de que contiuavamos a ganhar !!!

A outra coisinha, não sei o quê ou o porquê do Director do Record dar publicidade a este texto, logo ele que proibe, impede, censura, castra as opiniões dos outros !!!

Ana Ferreira disse...

Concordo inteiramente, mas é a nossa sina, formarmos treinadores, que, até agora, à excepção deMourinho, quando saem voltam à vulgaridade.... Vamos ver o que sucede ao AVB aka Libbras-Boas

Suelen disse...

Muito bom Mi! Sou das que acham que quando se diz algo, se deve honrar a palavra, e o AVB não honrou as belas palavras que dedicou ao FCP durante a temporada.. mas também, enquanto esteve no clube cumpriu com seu dever e ajudou o FCP a conquistar quatro titulos. É isso ai, nada de chorar. Vamos seguir em frente, SOMOS PORTO! :D

André disse...

"(...) de forma desapaixonada, independentemente da(s) cor(es) clubística(s). Sem qualquer pretensão oficiosa ou oficial. E que conta com a preciosa colaboração da Mi Gonçalves."

Acho que sim. Texto bastante desapaixonado e aclubístico... (leia-se, por favor, com o devido tom sarcástico)

E por isto mesmo, tenho ainda que concordar com V T P, quando (no final do seu comentário) chama a atenção para a publicidade dada a este artigo pelo senhor Pais no Record...

Migas (miguel araújo) disse...

André...
Se em vez de se preocupar em "acusar" ou criticar de forma gratuita, talvez fosse mais sensato saber do que fala.
Se for ao histórico do blogue perceberá que este era um espaço pessoal, agora partilhado (e ainda bem) com a Mi Gonçalves, que entra neste espaço após ter sido, por mim, convidada.
O facto deste espaço ser desapaixonado significa igualmente que não está sujeito a nenhuma pressão, a nenhum interesse que não seja o do prazer da escrita e da crítica dos seus dois administradores. Significa, ainda, que não cede a qualquer tipo (seja qual for a sua natureza) de pressão.
Independentemente da côr clubística é tão fácil de perceber... falar-se-à do Porto (porque ambos portistas), do Beira Mar porque meu clube de nascimento, do Braga por afinidade paterna... e do desporto em geral porque é "vício"!
Não percebo, nem sequer me merece qualquer tipo de perda de tempo com essa obsessão pelo Record (há outros pela Bola e pelo Jogo) e pelo colega Alexandre Pais.
Apenas referir como licenciado em Comunicação que tenho o maior respeito pelos órgãos e colegas profissionais da Comunicação Social (independentemente de concordar ou não).
Por último, o que o Director do Record faz com as plataformas comunicacionais do jornal é da sua responsabilidade e nada tem a ver com o blogue. A não ser o facto de isso mexer com muita inveja e dor de cotovelo de muita gente... E sim, fiquei muito satisfeito com o facto da Mi ter tido uma estreia como muito poucos.

Ricardo Tomé disse...

Mi,olá. Não me conheces mas estive a ler o teu texto e gostava de o comentar.

Atenção que te devo já dizer que, apesar de ser do Benfica, não sou faccioso, e apenas te dou a minha opinião enquanto adepto do futebol.

Em primeiro lugar, gostei do teu texto. Como técnico de escrita e, muito sinceramente, e perdoa-me a falta de modestia, vocacionado para uma excelente escrita, gostei imenso da tua forma de escrever, de como articulas as tuas ideias mas, acima de tudo, de uma coisa que tens e que e muito invulgar - a autenticidade.

Mi, escreves com o coração, com alma, vê-se que sentes muito o que escreves e que é o que queres dizer, como que num tom de desabafo.

Relativamente ao conteúdo do teu texto em si, concordo e discordo com algumas coisas.

Concordo, sem dúvida, quando dizes que a época foi brilhante. Inquestionavelmente, o Porto foi implacável, dentro e fora do relvado, ao ganhar pontos com jogos e com os chamados mind games, a que Jorge Jesus não tem acesso de disputar. Pelo menos contra André Villas Boas.

No que eu discordo é na apreciação que fazes ao treinador. Na minha opinião, ao criticares, e ainda por cima da forma como o fazes, estás a cair na tendência de todos os que são de um clube que tudo ganhou e que depois perde o seu principal mentor desse sucesso.

Isso viu-se com José Mourinho e agora vê-se com André Villas Boas, a quem deviam estar imensamente gratos mas por quem afinal, tristemente, guardam rancor. Cada um deles seguiu a sua vida porque tinha que a seguir e, se vires bem, nenhum deles saiu do Porto por questões monetárias, como dizes, muito errada e injustamente, até porque não foi isso que os moveu. Mas acredita que não, até porque eles não precisam de dinheiro para nada.

Estes dois senhores são pessoas ganhadoras, movidas pelo poder do desafio, pelo prestígio, pela possibilidade de disputarem um campeonato e uma mentalidade futebolística completamente diferentes. Foi isso que os moveu, não foram os "milhões de libras ou euros" que referencias.

Quanto à questão da traição, discordo ainda mais. Perante a possibilidade de sair para um clube que já conhece bem, bem como o seu campeonato e tipo de futebol, André Villas Boas não assinou qualquer contrato moral com o Porto, assinou um contrato de trabalho. E onde, por acaso, se encontrava contemplada uma clásula que permitia a sua saída, a troco de 15 milhões de euros.

O lado de amor ao clube de que falas é um lado que existe em muitas pessoas, podendo até existir neste treinador. Mas ele não está a trair o Porto, até porque ele não prometeu que iria ficar. Nunca o ouviste dizer isso, nem tu, nem eu, nem ninguém. E aí sim, eu concordaria contigo. Mas sendo assim, não.

Finalmente, para consolidar esta minha opinião, pois todas têm que ser fundamentadas para se poder ser um bom argumentador, a grande prova de agradecimento ao Porto por este lhe ter "dado de comer",foi ganhar tudo e mais alguma coisa. É essa a dádiva de André Villas Boas. É dessa forma que André Villas Boas deve ser visto e recordado pelos portistas. Não merece ser visto e conhecido por Judas. É extremamente injusto.

Mi, despeço-me com uma mensagem de parabéns para ti, com uma referência também à correcção com que o Migas respondeu ao André, que não terá vindo, a meu ver, com uma postura muito correcta e nem mesmo cautelosa, e com uma discordância face à Ana Ferreira. Não acho que o Porto seja um formador de treinadores. Formação é formá-los como treinadores, o que apenas aconteceu com Domingos e André Villas Boas. Pode é dar-lhes projecção, e mesmo assim não terá sido com muitos mais do que estes. Mourinho foi projectado lá, não formado lá.

Quanto à vulgaridade, discordo ainda mais. Diz-me exemplos de treinadores que tenham saído pela porta grande e que tenham caído na vulgaridade.

Ora bem,concluíndo definitivamente, gostei muito e gostarei de cá voltar, sublinhando e enaltecendo que, tudo o que acabei de dizer, trata-se, tão só, da minha opinião.

Mi Gonçalves disse...

Caro Ricardo Tomé, André Villas-Boas proferiu "estou na minha cadeira de sonho, e não abdicarei dela por nada....". - Obrigada pelo seu comentário.

Ricardo Tomé disse...

Mi, ele disse: "porque, como voces sabem, eu estou na minha cadeira de sonho e vão-ma tirar enquanto eu ganhar por isso tenho de me agarrar a ela"

diferente. se me apresentares essa afirmação, eu admito a falha. isto nao e teimosia, é espirito critico :)

Ricardo Tomé disse...

Mi, acabei de procurar a afirmação e encontrei-a! tens razao, atenção que eu nao duvidei de ti, antes te pedi que me mostrasses a afirmação - 0:31

ahttp://www.youtube.com/watch?v=zXlkMwD0XC4&NR=1