Este fim-de-semana foi dado o pontapé-de-saída para a 78ª edição do Campeonato de Futebol profissional – Liga Zon Sagres 2011/2012 – com o primeiro jogo realizado em Barcelos, entre o recém promovido Gil Vicente e o vice-campeão Benfica, e a primeira jornada concluída hoje com o dérbie regional que opõe a União de Leiria à Académica.
Independentemente do resultado do jogo de hoje, que opõe frente a frente duas equipas que têm como objectivo a manutenção no escalão principal do futebol, a primeira jornada ficou marcada por algumas surpresas e a manutenção da tradição que, no caso da equipa da Luz, ainda é o que era: sete anos sem vencer na primeira jornada. E no caso do Benfica, o jogo nem começou nada mal fazendo prever que a “maldição da jornada inaugural” estaria afastada: Nolito aos oito minutos e Saviola aos 20 colocavam as “águias” numa confortável vantagem, numa jogada de perfeito entendimento entre Aimar (fisicamente continua a não aguentar 90 minutos de jogo), Jara e Saviloa. No entanto, a vantagem, se confortável, não espelhava a realidade do jogo “jogado” já que o Gil Vicente não deixou de ser combativo e de procurar a baliza adversária, aumentando de consistência à medida que o Benfica ia ficando mais permissivo e passivo. Passividade que deu origem ao primeiro golo do Gil Vicente bem perto do intervalo relançando o jogo para a segunda parte e que ficaria decidido aos 74 minutos com um golo por Lionel. No esquema de Jorge Jesus para esta época, face ao plantel e a reforços que se começam a afirmar – Nolito e Witsel, por exemplo, será muito complicado encontrar lugar para Cardozo, ou, até mesmo, para um ponta-de-lança tradicional (homem de área, muito fixo posicionalmente).
No entanto, e confirmando o que aqui escrevemos, a fase da pré-época demonstrou que, quando os reforços estiverem mais enquadrados e em melhores condições, a pressão sobre o F.C. Porto será muito forte, quer por parte do Benfica, quer por parte do Sporting.
E no caso da equipa de Alvalade, o primeiro jogo soube a uma surpreendente surpresa, por duas razões fundamentais. A primeira porque o Sporting foi dominante durante toda a partida, remetendo o Olhanense, exclusivamente defensivo, para a sua área mais recuada, criando várias oportunidades de golo e demonstrando que alguns dos reforços (Rinaudo, Schaars, Jefrren, por exemplo) têm qualidade para estruturar uma equipa mais competitiva do que tem sido nas últimas épocas. A segunda tem a ver com três erros da equipa de arbitragem que poderiam (repito, poderiam) ter potenciado outro resultado: grande penalidade, aos dez minutos, por mão na bola de Ismaily (e não o contrário) e o golo mal anulado a Postiga aos 69 minutos (não estava em posição irregular).
No entanto, convém referir que uma equipa que tem tantas oportunidades de jogo precisa de ser mais concretizadora (Postiga não pode falhar tantas oportunidades).
Por outro lado, o F.C. Porto, nesta primeira jornada, voltou a encontrar o Guimarães, após a vitória da Supertaça no fim-de-semana anterior. Desta vez o jogo afigurava-se mais difícil já que se realizava na “cidade berço” e Manuel Machado tinha a possibilidade de corrigir alguns erros do jogo anterior e adaptar melhor o Vitória à supremacia do plantel portista e que se verificou nalgumas oportunidades flagrantes de golo e desperdiçadas.
Um plantel portista que inicia a defesa do título com algum inconsistência de jogo, com jogadores ainda fora do seu rendimento e com os reforços muito longe da afirmação (o que parece indiciar alguma dificuldade de consistência do trabalho da pré-época): Varela muito inconsistente, a ausência de Fernando, Moutinho muito batalhador mas pouco consequente, Kléber ainda longe de ser alternativa, alguma opção questionável na escolha do onze (Belluschi pode ser opção inicial, Alvaro Pereira, Cristian Rodriguez) e o caso (sim, um “caso”) Falcao. O jogo dos dragões está muito preso, pouco ligado entre os sectores, vivendo muito à custa do sacrifício de Moutinho e da técnica de Hulck, já que Souza não se mostra um distribuidor de jogo nato e uma ligação eficaz na transição defesa-ataque.
O jogo foi bem disputado, limpo, com alguma velocidade e que acabou com um único golo marcado por Hulk na conversão de numa grande penalidade existente (agarrar, puxar, independentemente da intensidade, dentro da área vale castigo máximo).
Espera-se que o Porto consiga, rapidamente, encontrar o seu jogo, seja dominante nos vários sectores e que os reforços tragam mais-valia à equipa (de outra forma serão inconsequentes).
Outra equipa que entrou bem no campeonato, apesar de não ter conseguido marcar e ganhar o jogo, foi o Braga que dominou o Rio Ave, com a particularidade da inclusão de Nuno Gomes no onze inicial. No entanto, à equipa de Leonardo Jardim falta algum trabalho ao nível da concretização.
Por fim, numa jornada marcada por um grande número de empates, o Beira Mar acaba por fazer um bom resultado na sua deslocação à Madeira, quando são anunciados reforços interessantes para a equipa de Aveiro (como Balboa), agora transformada em SAD com capital maioritariamente iraniano.
O Feirense, neste seu regresso à primeira Liga, empatou, em casa emprestada (Municipal de Aveiro) com o Nacional, mesmo a jogar com menos um elemento.
A outra surpresa da jornada vem do estádio do Bonfim com a equipa de Setúbal a quebrar o “enguiço” dos empates e a dar a volta ao resultado vencendo o Paços de Ferreira por 2-1, sendo o primeiro golo marcado pela equipa nortenha.
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