
A segunda jornada da Liga Zon Sagres ficou ontem concluída com um empate entre Olhanense e Vitória de Setúbal (2-2), com a nota da equipa sadina ter tido a vantagem de dois golos sobre os algarvios. Não tendo a capacidade de superar a pressão da equipa de Olhão (e com alguma sorte à mistura face à ineficácia do ataque algarvio), o Vitória de Setúbal não conseguiu repetir o resultado da primeira jornada, descolando do duo que lidera a competição (Porto e Académica).
Jornada que teve como jogo de abertura F.C. Porto vs Gil Vicente que os portistas venceram por 3-1 e já aqui analisado.
No jogo de sábado, que colocava frente-a-frente Benfica e o recém promovido Feirense, restava a dúvida em saber se a equipa de Jorge Jesus conseguiria “sacudir” mais um empate na ronda inaugural de mais um campeonato. Apesar da vitória por 3-1, os benfiquistas, mais uma vez e depois de estarem em vantagem, tiveram de “correr atrás do prejuízo” para desfazer o empate conquistado pelos homens de Santa Maria da Feira, nem sempre da melhor forma e sem deixarem de sentir forte oposição da equipa adversária. Uma nota de relevo: cinco jogos, cinco golos de Nolito que começa a revelar-se um excelente reforço e com merecido destaque no Benfica.
Paços de Ferreira (vitória por 2-1 sobre a União de Leiria) e a Académica (vitória por 1-0 sobre o Rio Ave) cumpriram, mesmo que pela margem mínima, a “obrigação” no confronto entre equipas do “mesmo” campeonato, com relevo para a Briosa, de Pedro Emanuel, que repete feito de há 40 anos: duas jornadas, duas vitórias e liderança repartida com o F.C.Porto.
O destaque da jornada veio de Aveiro, com o Beira Mar a impor mais um empate ao Sporting, sem golos, num jogo muito morno e fraco, principalmente na primeira parte, para uma equipa que luta pelo título e outra que se anuncia como candidata aos lugares europeus.
O certo é que o jogo foi de tal forma desinteressante que o próprio Domingos Paciência, aos 30 minutos, se viu na “obrigação” de efectuar duas substituições (Matías Fernández por Hélder Postiga e Yannik Djaló por Izmailov) numa tentativa de acordar o jogo, o que até aos 45 minutos não aconteceu. Na segunda parte a equipa de Aveiro limitou-se a controlar as acções dos sportinguistas que mais dinâmicos não foram no entanto dominadores, nem eficazes.
Teria sido mais correcto por parte dos dirigentes do Sporting se assumissem a má (para não dizer péssima) prestação da sua equipa do que responsabilizar, por tudo de mau que lhes acontece (e têm sido tantas os erros e as falhas de organização do clube), as equipas de arbitragem… até porque quem se der ao trabalho de compilar estatísticas sobre a matéria irá concluir que o “saldo” beneficia sempre os ditos “grandes” em prejuízo dos clubes de menor dimensão.
A surpresa do jogo e de toda a jornada veio mesmo do árbitro do encontro de Aveiro. Num braço-de-ferro entre Sporting e Arbitragem, foi necessário recorrer às bancadas do Estádio Municipal de Aveiro, num processo ainda pouco esclarecido (já que havia, segundo se consta, mais do que uma equipa de arbitragem disponível), para, ao fim de quinze minutos, poder ser escolhido um trio de arbitragem qualificado para dirigir o encontro. E a “qualificação” veio pelo apito de um árbitro da segunda divisão distrital da A.F. Aveiro, que, no espaço de 90 minutos, teve o seu momento de glória. Fernando Idalécio Martins, num acto de coragem mas com muita serenidade à mistura, vestiu-se a rigor e foi o melhor elemento em campo, naquele domingo em Aveiro.
Mas também se diga, em abono da verdade, que, respeitando todo o mérito no árbitro de Oliveira do Bairro, não deixa de ser um facto que o jogo, por si só, não ofereceu nenhuma resistência. Resta, por isso, a dúvida se com outro figurino ou outras equipas, Fernando Martins sairia tão sorridente e, merecidamente, aplaudido do encontro.
Siga para a terceira ronda… que hoje e amanhã são dias europeus, acrescidos de uma Supertaça da Europa na sexta-feira.
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